segunda-feira, 21 de março de 2011

AMIGOS




Escolho meus amigos

 Não pela pele ou outra característica qualquer,
 Mas... pela Pupila.
 Tem que ter brilho questionador
 E tonalidade inquietante.
 A mim não interessam os bons de espírito,
 Nem os maus de hábitos.
 Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
 Deles não quero resposta, quero meu avesso.
 Que me tragam dúvidas e angústias
 E agüentem o que há de pior em mim.
 Para isso, só sendo louco.
 Quero os santos,
 Para que não duvidem das diferenças
 E peçam perdão pelas injustiças.
 Escolho meus amigos pela cara lavada
 E pela alma exposta.
 Não quero só o ombro ou o colo,
 Quero também sua maior Alegria.
 Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
 Meus amigos são todos assim:
 Metade bobeira, metade seriedade.
 Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
 Quero amigos sérios,
 Daqueles que fazem da realidade
 Sua fonte de Aprendizagem,
 Mas lutam para que a fantasia não desapareça.
 Não quero amigos adultos e nem chatos.
 Quero-os metade infância e outra metade velhice!
 Crianças, para que não esqueçam
 O valor do vento no rosto;
 E velhos, para que nunca tenham pressa.
 Tenho amigos para saber quem eu sou.
 Pois os vendo loucos e santos;
 Bobos e sérios; crianças e velhos;
 Nunca me esquecerei de que:
 " Normalidade "
 É uma ilusão imbecil e estéril.

(Os amigos de Oscar Wilde)
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